A Semana: 06/09 – 12/09

  • Resultado da Pesquisa ‘Chega de Fiu Fiu’.

Ninguém deveria ter medo de caminhar pelas ruas simplesmente por ser mulher. Mas infelizmente isso é algo que acontece todos os dias. E é um problema invisível. Pouco se discute e quase nada se sabe sobre o tamanho e a natureza do problema. Para tentar entender melhor o assédio sexual em locais públicos, a Olga colocou no ar, em agosto, uma pesquisa elaborada pela jornalista Karin Hueck, como parte da campanha Chega de Fiu Fiu. Contamos com 7762 participantes e 99,6% delas afirmaram que já foram assediadas – um número tão alto que já dá a ideia da gravidade do problema.

[+] Chega de Fiu Fiu: resultado da pesquisa.

[+] As cantadas ofendem por Karen Hueck.

[+] Cantada de rua: apenas parem por Nadia Lapa.

[+] Mulheres e cantadas: uma relação de medo por Jarid Arraes.

http://thinkolga.com/2013/09/09/chega-de-fiu-fiu-resultado-da-pesquisa/
Parte dos resultados da Pesquisa ‘Chega de Fiu Fiu” realizada pelo site Think Olga.
  • Pastor Marcos Pereira é condenado a 15 anos de prisão por estupro no Rio.

O juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, condenou o pastor Marcos Pereira da Silva a 15 anos de prisão por estupro. Segundo os autos, o crime foi cometido no final de 2006 contra uma seguidora nas dependências da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias.

[+] Pastor Marcos Pereira é condenado a 15 anos de prisão por estupro no Rio.

[+] Justiça do Rio condena pastor Marcos Pereira por estupro.

[+] Um em cada quatro homens asiáticos admite ter praticado estupro.

  • Empresário anuncia fim da banda New Hit; 9 integrantes são suspeitos de estupro.

De acordo com a assessoria do grupo, o empresário Jorge Sacramento, proprietário da banda, decidiu acabar com a New Hit para se dedicar a outros projetos. Em nota enviada à imprensa, o empresário diz que problemas envolvendo os integrantes motivou a decisão. Nove músicos do grupo respondem processo na justiça. Eles são acusados de estuprar duas adolescentes de 16 anos após um show na cidade de Ruy Barbosa (a 320 km de Salvador), em agosto de 2012. A nota enviada pela assessoria não cita os rumos profissionais dos músicos e diz que o empresário pode “retomar o trabalho da banda com outra formação”.

[+] Empresário anuncia fim da New Hit; 9 integrantes são suspeitos de estupro.

[+] Julgamento do caso New Hit é adiado mais uma vez; veja nova data.

[+] DNA de 6 dos 10 réus do caso New Hit foi detectado, afirma Promotoria.

[+] O silêncio da mídia durante o julgamento do caso New Hit por Gizelli Sousa.

  • O que você gostaria de perguntar para elas e não sabia como?

A visibilidade lésbica merece mais do que um dia. A visibilidade lésbica merece mais do que uma saudação, merece uma aproximação, um gesto de cumplicidade, de entendimento por parte dos outras siglas que compõe o LGBT e também dos heterossexuais. Pensando nisto, o Blogay conversou com lésbicas “desclosetadas” – isto é, fora do armário – e perguntou coisas que sempre teve curiosidade de saber, para assim compreender melhor o universo e a poética que compõe o mundo das mulheres que amam outras mulheres. Afinal compreender é o princípio do respeito.

[+] O que você gostaria de perguntar para elas e não sabia como – parte 1.

[+] O que você gostaria de perguntar para elas e não sabia como – parte 2.

  • “Meu sonho é conseguir trabalho como qualquer pessoa”, diz trans Marina Garlen.

Primeira turma se forma em curso profissionalizante oferecido pela Secretaria de Direitos Humanos da Bahia para inserir as travestis e transex no mercado de trabalho. Dados indicam que 90% das transexuais do Brasil se prostituem para garantir o sustento.

[+] “Meu sonho é conseguir trabalho como qualquer pessoa”, diz trans Marina Garlen.

[+] SJCDH entrega certificado às participantes da capacitação para transexuais e travestis.

Turma recebe diploma do curso profissionalizante da Secretaria de Direitos Humanos da Bahia. Foto de Genilson Coutinho/IG.
  • Entrevistas

Folha de São Paulo entrevista a socióloga Maria Helena Moreira Alves. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) implantadas no Rio de Janeiro são ocupações militares e significam um estado de exceção que ameaça a democracia. Está lançando no Brasil “Vivendo no Fogo Cruzado”, livro que traz um ácido relato sobre o cotidiano de violência policial nas favelas cariocas. Doutora em ciência política pelo Massachusetts Institute of Tecnology (EUA) e professora aposentada da Universidade Estadual do Rio de janeiro, ela morou durante seis meses em três diferentes favelas entre 2007 e 2008. Ouviu moradores, lideranças, pesquisadores e políticos (como FHC, Lula e Cabral). A obra, escrita em parceria com o professor de história Philip Evanson, defende uma mudança no modelo policial.

Blog do Cebes entrevista Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da USP e membro do conselho consultivo do Cebes. Segundo Mário Scheffer, o SUS terá problemas enquanto prevalecer uma política econômica que defende a redução das despesas de custeio com as políticas sociais: “esse impasse econômico conjuntural, somado ao subfinanciamento público e às iniciativas de privatização, têm agravado a crise da saúde”. Scheffer faz ainda uma análise da conjuntura e acredita que as ações de médicos contra o programa Mais Médicos e algumas atitudes de lideranças médicas reforçaram a pecha de corporativismo e elitismo.

Instituto Humanitas entrevista a teóloga feminista Ivone Gebara. “O papa usou uma tática de não tocar de forma clara nos assuntos litigiosos na Igreja numa primeira visita. (…) Quis ser acolhido como Papa com um novo jeito de ser mais próximo e afetivo e sem as pompas que caracterizam a vida dos pontífices seus predecessores”, avalia Ivone Gebara. Para ela, Francisco age como “se acreditasse que com ele uma nova era na Igreja Católica Romana pudesse ser inaugurada. Mas, não podemos esquecer que o Papa Francisco é o mesmo cardeal Bergoglio de Buenos Aires e suas posições contrárias ao casamento gay, ao aborto, aos anticoncepcionais são bem conhecidas do povo argentino”. E aponta: “E mais, a teologia e a ética sexual oficial da Igreja Católica ainda se referem a um mundo pré-moderno onde os avanços da ciência não tivessem afetado a cultura e a moralidade das pessoas”.

Revista Época entrevista a cineasta egípcia Hannan Abdalla. Em São Paulo, além de responder muitas perguntas sobre o futuro do Egito depois do golpe militar – “Estamos vivendo um dia depois do outro. Não faço ideia do que vá acontecer” – ela foi levada a conhecer uma escola de samba (“Lembra uma dança egípcia”), se surpreendeu com a diversidade dos paulistanos (“Tem tantos árabes e japoneses!”) e concluiu o óbvio: “A arquitetura da cidade é feia. Parece o Cairo”. Na terça-feira, pegou um avião e foi para o Rio de Janeiro, determinada a conhecer uma favela e a explicar que as mulheres árabes não são vítimas passivas: “Elas são lutadoras, elas resistem. São mulheres fortes e corajosas”.

O Globo entrevista a filósofa Viviane Mosé. Para Viviane Mosé, o ensino no Brasil ainda é preso a uma estrutura do passado, que trata o aluno como um decorador de conteúdos. Ela ainda defende que, numa sociedade em que o acesso ao conhecimento foi democratizado em redes sociais, é preciso abandonar modelos de ensino em massa para priorizar a educação um a um.