Feminismo? Já era!

Texto de Thayz Athayde.

Quantas vezes (só hoje) você já ouviu/leu que o feminismo já era? Mulher pode tudo, não precisa de mais nada. O vídeo trata de uma forma bem humorada a grande contradição desse discurso, será que a mulher tem liberdade de escolha mesmo?

Essa é a primeira parte do vídeo, logo farei a segunda. Aguarde e confie.

Assim como é preciso ponderar a condição da filosofia pós-psicanálise e pós-Auschwitz, a filosofia após a queda do muro no século em que a civilização encontrou de vez a barbárie, é preciso, do mesmo modo, perguntar sobre a existência de uma filosofia pós-feminismo. Não é possível entender as transformações da filosofia no século passado, cujos efeitos ressoam sobre o nascimento do século 21, sem levar em conta o que nele floresceu como feminismo afetando até hoje a construção do pensamento, da história cultural e do cotidiano de homens e mulheres. Não é possível deixar de perguntar se o feminismo afetou a filosofia ou se o feminismo é um efeito da filosofia. Que haja um feminismo filosófico a ser analisado como material para uma história da filosofia não é mais importante do que entender o que ainda pode ser tratado como filosofia após a crise da razão para o qual o feminismo contribui em grande medida ainda hoje.

Como qualquer movimento revolucionário tanto da teoria quanto da prática, o feminismo causa incômodo. Compreendê-lo é uma tarefa do nosso tempo, quando seu alcance prático ainda gera efeitos também teóricos. Hoje não podemos mais falar de um feminismo, mas de diversas correntes, posições e autores que ajudaram a levar adiante a causa feminista, inclusive pondo-a em xeque e definindo um rumo ainda mais crítico para o pensamento dos nossos dias.

Fonte: Feminismo e Filosofia no Século 20. Texto de Marcia Tiburi na Revista Cult, edição 133.