Biscate Social Club

Tudo começou com uma frase (atribuída a escritora Martha Medeiros): “Os homens mais inteligentes são aqueles que se deram conta de que mais vale uma mulher incrível ao seu lado do que uma coleção de biscates.”

A partir daí fez-se a revolução das biscates. Chega de mulher honesta, mulher para casar e mulher que não goza, as biscates chegaram para tomar conta da internet no Biscate Social Club. Um clube exclusivo em que o diabo veste pra dar. Mas não é dar para qualquer um, é para quem a biscate quiser.

Biscate canta, dança e se diverte. Foto de Talita Oliveira no Flickr em CC, alguns direitos reservados.

Biscate não fica esperando no portão. Pega o Cross Fox, o Fuscão, o Porsche, o metrô, o trem, o ônibus, a bicicleta, o tênis, o cavalo, o camelo, uma Harley Davidson ou vai descalça e à pé mesmo. Sai pra dançar e se divertir. Continue lendo em Biscate Absoluta por Renata Lima.

Muitas risadas, boa conversa, música rolando solta. Afagos, abraços, carinhos. Beijos gostosos. Empatia, ainda que por uma noite só. Desejo, ainda que por uma noite só. Noite que durou tão pouco, sempre parece pouco quando se é feliz. Amanhece e chega o momento da despedida. Taí um momento delicado: trocar telefones e, ao mesmo tempo, abrir mão das expectativas. Desejar o contato no dia seguinte, mas saber que ambos seguirão bem se o chamado não acontecer. Saber-se livre e sentir que o outro é livre. Permitir-se ficar mesmo com a lembrança e a sensação bacana que a gente geralmente tem quando conhece alguém interessante. Continue lendo em Um “rolê” de biscate por Claudia Gavenas.

A biscate não vive para biscatagi, ela faz o que quiser e quando quiser, biscateia de manhã ou de noite. Não tem hora para começar, nem hora para acabar. Biscate exige respeito, enfrenta quem chega usando a força ao invés da simpatia e sapateia em cima do preconceito, da homofobia, do racismo e da falta de sensibilidade. Biscate sente na pele a alegria, o gozo e a liberdade. Biscate chega com a sandália na mão e o cabelo molhado porque sabe que cada dia pode ser melhor que o outro. Piriguete não é biscate. Mas as duas seguem seus caminhos, cruzando as pernas e as farras. Requebram, rebolam e rodopiam na roda viva da amizade, do estar junto e do abraço no intervalo entre as músicas.

Biscate Social Club. "A gorda e as cadeiras" Ilustração de Stephanie Medeiros.

Era Março num dia cinza. A Biscate feliz entrava na festa com seu vestido azul royal, ou era turquesa, ou sabe-se-lá que cores essas tantas de biscates. Era curto – coisa de biscate – e rendado, tomara-que-caia já que biscate não sente mesmo, no fim das contas, frio. Ela carregava um buquê de rosas lilás, as unhas devidamente comportadas num “nude” qualquer. Pés e mãos. Arrebentava a biscatagem mesmo era nos cabelos cor-de-fogo, na tatuagem à mostra no ombro direito. Continue lendo em Biscate, a verdadeira coleção por Mari Moscou.

Até aqui temos exaltado esse nosso jeito biscate de ser. Porque ser biscate é ser livre para fazer o que bem entender, com quem escolher e onde bem quiser. Mas não esquecemos o peso dessa atitude, apenas o assumimos com coragem e com alegria. Sim, porque biscate samba na cara dessa sociedade hipócrita e moralista sorrindo. Continue lendo em Padrões que não me interessam por Niara de Oliveira.

Um corpo. Meu corpo, já andei dizendo e não me esquivo. O corpo é meu, eu decido. Mas é ainda mais. O corpo sou eu. Nem devia esclarecer, mas me antecipo: meu corpo sou eu, mas eu não sou meu corpo. Melhor: não sou só meu corpo. Mas ele me é. Continue lendo em Corpo por Luciana Nepomuceno.

Tem muita blogueira feminista que vestiu a capa de super biscate e foi lá sassaricar. Tem biscate loira, biscate rameira, biscate casada, biscate mulata e biscate mineira. Tem biscate de todo jeito para quem quer ser feliz. Tem biscate com cerveja e biscate com gotas de limão. Tem biscate para mim, para você e para quem mais quiser chegar na festa. A biscatagi corre solta enquanto houver liberdade, safadeza e risadas. Taí uma revolução em que todas e todos podem dançar até o sol raiar.