A Semana: 18/10 – 25/10

  • Walcyr Carrasco, autor da novela “Amor à vida”, e o racismo.

Walcyr Carrasco mandou um recado às equipes de caracterização e figurino de “Amor à vida”. Na novela, Jayminho (Kaiky Gonzaga), em processo de adoção por Niko (Thiago Fragoso), mudará de visual em breve: “Tenho ouvido críticas pesadas ao cabelo dele. Quero um personagem bem aceito”.

Walcyr Carrasco se defendeu das acusações de que estaria sendo preconceituoso por mudar o visual do filho adotivo de Eron e Niko em Amor à Vida. ‘Não é porque alguém e negro que é obrigado a usar black power. Só pedi para mudar o visual de Jayminho porque ele foi adotado por alguém de dinheiro’.

[+] Visual do filho de Niko é alvo de críticas e Walcyr Carrasco teme rejeição ao personagem.

[+] Walcyr Carrasco decide mudar o visual de menino adotado e é acusado de preconceito.

Alguns dirão que é um ato de proteção, com o cabelo cortado o menino não “sofreria tanto preconceito” nos ambientes que irá frequentar. Isso pra mim não é amor. É se esquivar de seu próprio racismo. O problema não é aquele que aponta o dedo, que chama de feio, que acha sujo. O problema é o cabelo do menino que significaria uma série de atributos negativos. Não do branco racista que não sabe lidar com a beleza de nossos cachos e crespso. Mais uma vez, isso não é amor. É racismo, Walcyr Carrasco. Por Charô em Walcyr Carrasco, a luta antirracista não pode ser… Racista!

[+] Por que isso não tem nada a ver com um corte de cabelo por Aline Djokic.

[+] Carta aberta a Walcyr Carrasco sobre racismo na novela por Cecilia Santos.

[+] Os carrascos de Jayminho por Higor Faria.

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Cena da novela “Amor à Vida”. Niko (Thiago Fragoso) e Jayminho (Kayky Gonzaga). Foto: TV Globo.
  • Fran agradece no Facebook o apoio que tem recebido.

Bom dia… Eu sou Fran e estou aqui para agradecer o apoio de todas as 34.972 pessoas que estão ao meu lado, que souberam se colocar no meu lugar e entender tudo que estou passando… É muito bom saber que ainda existem pessoas capazes de amar o próximo sem juga-lo e sem condena-lo!Quero dizer que li e continuo lendo todos os comentários e mensagens possíveis, a força que estou recebendo, as outras “FRAN’S” que passaram por isso, que tem histórias parecidas que conseguiram superar . Espero que agora conseguimos todos juntos lutar pelo direito da mulher, o direito de amar e não ser julgada, o direito de uma lei especifica para que as próximas vitimas não sofram e não passem pelo que passei, não desejo a ninguém isso e se depender de mim vou fazer o possível para ajudar a Lei Maria da Penha virtual sair do papel, para que crimes como esse não se tornem “piadinhas ” de pessoas que não sabem direito da situação, que contribuem para essa sociedade podre a qual vivemos ! Obrigado gente, do fundo do meu coração obrigada, vocês não sabem o quanto a ajuda de vocês foi importante ! Beijo e que Deus possa abençoar cada um de vocês todos os dias ! Fiquem com Deus.

[+] ‘Não me arrependo porque fiz por amor’, diz garota sobre vídeo de sexo. Jovem de 19 anos teve imagens íntimas divulgadas nas redes sociais. Em entrevista, ela desabafa: ‘Queria ter minha vida de volta’.

[+] Carta à Fran, a menina massacrada por um vídeo de celular por Nathalia Ziemkiewicz.

[+] Projeto quer estender Lei Maria da Penha para crimes virtuais.

[+] Sexo e crime no Whatsapp: como uma hashtag de apoio se transformou em deboche por Manu Barem.

[+] A culpabilização da vítima: somos todas Fran por Débora Araújo, irina Nigg e Mariana Czepula.

  • Alunas denunciam assédio de professor na UFMG.

Cerca de 80 alunos se reuniram em assembleia para discutir o andamento da denúncia. O estopim, segundo eles, ocorreu no dia 10. A turma já havia se mobilizado para juntar provas devido a comentários considerados constrangedores, e um gravador estava ligado quando uma jovem de 19 anos fez uma pergunta sobre o conteúdo da aula. O professor teria comparado a relação dele com a garota e dito: “Acho você uma mulher atraente e quero conversar com você na horizontal”.

A aluna, que prefere não ser identificada, conta que essa foi apenas uma das inúmeras abordagens que considerou inconvenientes: “Antes, nos sentíamos coagidos a não nos manifestar porque ele fazia uma avaliação subjetiva, chamada de brilho nos olhos. Isso representava 30% das nossas nota”. Mas, depois da gravação na aula, o grupo se reuniu em assembleias e conseguiu cerca de 200 adesões a um abaixo-assinado contra o professor.

[+] Alunas denunciam assédio de professor na UFMG.

[+] Professor é afastado após denúncia de assédio sexual na UFMG.

  • Mulheres, Histórias em Quadrinhos e machismo.

Na Feira Literária de Frankfurt, Maurício de Souza declara: “A mulher ainda não tem essa liberdade sem vergonha que homem tem, de trabalhar sem horários, voltar para casa tarde. Tem outras obrigações além do trabalho, tem que cuidar da casa, dos filhos. Quadrinho exige muito tempo de dedicação”.

Para a dupla Bá e Moon, o espaço existe, mas “ainda é uma minoria” que se arrisca. “Elas aos poucos estão ganhando espaço, como ilustradoras, roteiristas ou coloristas, a gente tem muita leitora mulher também”, comentou Bá.

[+] Em Frankfurt, Maurício de Sousa comentou falta de mulheres na produção de HQ’s nacional.

Fica claro cada vez mais que já passou da hora de se discutir a invisibilidade das quadrinistas no Brasil. Sem vitimismo, o fato é: temos muitas quadrinistas produzindo. Temos autoras, roteiristas, coloristas, arte-finalistas e todas as “istas” que envolvem os quadrinhos brasileiros. E elas dão duro (assim como todos da área) para terem seus trabalhos reconhecidos, divulgados e vistos. Ainda assim, insistem em dizer que somos poucas, que não nos interessamos ou que não somos competentes para isso. Estamos cansadas de sermos ignoradas. Em Somos invisíveis? Por Lady’s Comics.

[+] Uma lista de brasileiras que estão se destacando no mundo das histórias em quadrinhos.

[+] Criadora da fanpage Maria Nanquim, Luciana Foraciepe quer transformar a paixão por quadrinhos em mais do que um passatempo.

  • Mulheres e a Ditadura Militar.

A Comissão Nacional da Verdade, criada para elucidar crimes cometidos durante o período acaba de completar um ano. Antes de seu encerramento em 2014, tem como uma de suas principais missões contar o que sofreram as mulheres que foram contra o regime. São brasileiras hoje na faixa do 60 anos, como as ouvidas por Marie Claire: vítimas de estupros, choques nos mamilos, ameaças aos filhos, abortos…

[+] Os testemunhos das mulheres que ousaram combater a Ditadura Militar.

MANIFESTAÇÃO DE MULHERES CONTRA A VISITA DO ATIRADOR ARGENTINO JORGE VIDELA A SÃO PAULO, EM 1980 (FOTO: MATERIAL BRASIL NUNCA MAIS DO ARQUIVO EDGARD LEUENROTH/UNICAMP)
Manifestação de mulheres contra a visita do atirador argentino Jorge Videla a São Paulo, em 1980. Foto: Material ‘Brasil Nunca Mais’ do Arquivo Edgard Leuenroth/UNICAMP.
  • Entrevistas

Carta Capital entrevista a premiada ativista Leymah Gbowee. Para dar fim a uma guerra civil, um grupo de mulheres decidiu fazer uma greve de sexo enquanto seus maridos não chegassem a um acordo de paz. A solução é clássica e seria fictícia, mas foi posta em prática há uma década. Em 2003, a liberiana Leymah Gbowee, 41 anos, e suas companheiras do Women of Liberia Mass Action for Peace encenaram uma versão real e sem piadas da peça Lisístrata, de Aristófanes, comediante grego do século IV a.C.

Estado de São Paulo entrevista a socióloga Walquiria Leão Rego, que realizou pesquisa sobre o Bolsa-Família. “Quando vimos a dimensão que o programa estava tomando, atendendo milhões de famílias, percebemos que teria impacto na sociedade. Nosso objetivo foi avaliar esse impacto. Uma vez que o programa determina que a titularidade do benefício cabe às mulheres, era preciso conhecê-las. Então resolvemos ouvir mulheres muito pobres, que continuam muito pobres, em regiões tradicionalmente desassistidas pelo Estado, como o Vale do Jequitinhonha, o interior do Maranhão, do Piauí…”.

– O Globo entrevista a especialista em trabalho e desigualdade de gênero, Hildete Pereira de Melo, economista da UFF“A dupla jornada e a eterna culpa cristã impedem que a mulher entre com mais força no mercado de trabalho brasileiro”.