Texto de Bia Cardoso.
Hoje, 20 de novembro, é Dia da Consciência Negra. Pensando nisso, acredito que vale muito conhecer a produção e ações que mulheres negras estão realizado pela rede.
Da mesma maneira que muitas pessoas consideram essa data racista, outras se perguntam: por que blogs e sites de mulheres negras? Primeiro, é preciso compreender a luta contra o racismo no Brasil. Segundo, é importante lembrar que como qualquer outra forma de opressão, o racismo também invisibiliza pessoas negras em espaços tidos como “coletivos”, que muitas vezes, acabam reproduzindo diferentes opressões.
Por isso, é preciso contar as histórias dessas mulheres negras, que geralmente se perdem em meio a generalização de outros blogs de mulheres. Até mesmo como no caso deste blog. É importante termos em mente que não existe “a mulher”. Dependendo de sua classe social, raça, etnia, emprego, estudo, sexualidade, entre outros fatores sociais, cada mulher viverá diferentes experiências, com diferentes perspectivas.

- Blogueiras Negras – http://blogueirasnegras.org/
As Blogueiras Negras tem feito um trabalho muito importante de produzir, publicizar e debater textos referentes a questão negra no Brasil e no exterior. Chegaram marcando forte presença na rede:
Somos mulheres negras e afrodescendentes. Blogueiras com estórias de vida e campos de interesse diversos; reunidas em torno das questões da negritude, do feminismo e da produção de conteúdo. Sujeitas de nossa própria estória e de nossa própria escrita, ferramenta de luta e resistência. Viemos contar nossas estórias, exercício que nos é continuamente negado numa sociedade estruturalmente discriminatória e desigual.
O racismo institucional e o mito da meritocracia garantem a distribuição nada democrática dos serviços de saúde e educação promovendo o adoecimento físico e emocional da população negra e afrodescendente; impedindo o acesso à tecnologia, aos recursos naturais e financeiros, aos espaços de poder como universidades e cargos de chefia. Desde a assinatura da lei áurea (grafada em minúscula de propósito) fomos condenados à subcidadania e marginalização.
Porém é a invisibilidade que naturaliza o racismo em suas diversas modalidades. Não estamos nas capas de revista, nas bancadas dos jornais, nos laboratórios, nos cargos políticos. E apesar de algumas conquistas, ainda somos sub-representadas e estereotipadas nos discursos de beleza e moda. Prevalece o desinteresse em mostrar nossos rostos, nossos corpos, as questões que nos afetam, as tradições e manifestações culturais que nos representam.
- Preta & Gorda – http://pretaegorda.blogspot.com.br/
Na pauta: racismo, gordofobia, moda e beleza no processo da afrocentricidade.
- Cidinha da Silva – http://cidinhadasilva.blogspot.com.br/
Escritora sempre atenta aos assuntos do momento.
- Oneirophanta – http://oneirophanta.org/
A Charô foi das primeiras negras blogueiras que conheci na internet. Sempre pontuando o racismo, discutindo a branquitude e nos fazendo refletir.
- True Love – http://truelove.com.br/
Sobre ser negra e lésbica.
- Maxibolsa – http://www.maxibolsa.com.br/
Moda e comportamento sempre com um olhar da mulher negra.
- Bidê Brasil – http://bdbrasil.org/
Luka é autora neste blog, mas também mete a colher política em seu blog pessoal.
- Mundo Vão – http://mundovao.blogspot.com.br/
Poesias e pensamentos por Larissa Santiago.
- Gorda e Sapatão – http://gordaesapatao.blogspot.com.br/
Jész comenta sobre diversos assuntos, entre os principais: gordofobia e lesbianidade.
- Racialicious – http://www.racialicious.com/
Um blog em inglês que trata de temas raciais ligados ao feminismo.
Estes são apenas alguns blogs. Tenho certeza que há muitos outros. Felizmente, as mulheres negras tem aumentado sua produção na internet. A criação de portais de temática negra, como o Geledés, é a prova de que o assunto não pode se esgotar e há muitas pessoas produzindo e desnudando o racismo brasileiro.
Também recomendo conferir os posts desse blog sobre mulheres negras.