Texto de Paula Tavares.
O empoderamento é um ato político coletivo. Isso significa que devemos ter cuidado ao pensá-lo apenas como uma luta individual, de conquista pessoal, por mais que isso seja de extrema importância. O empoderamento feminino diz respeito a resistir diante da nossa vulnerabilidade em um meio de opressão de gênero.
Tão importante quanto a luta de cada mulher, é o movimento de resistência da mulher na sociedade patriarcal machista, pois só assim conseguiremos ser protagonistas de uma luta por equidade de gênero, onde, cada qual com suas vivências e diferenças, passarão a ocupar, cada vez mais, do meio privado aos espaços públicos.

Ao nos entendermos como vulneráveis a tantas formas de opressões passamos a entender o porquê da necessidade do empoderamento como ato coletivo. E para pensarmos coletivamente precisamos respeitar nossas diferenças e pensar as necessidades das pautas de cada feminismo distintamente. Desta forma, o empoderamento precisa ser pensado para todas, cada qual da sua maneira, já que a mulher negra terá uma pauta diferente da mulher branca. A lésbica da heterossexual. A trans em relação a cis. A pobre em relação a rica. E por aí vai.
Empoderar-se não é, necessariamente, num sentido capitalista, comprar roupas novas, colocar silicone e ostentar uma aparência irretocável – por mais que, por muitas vezes isso resolva individualmente a curto prazo – bem porque, nem todas as mulheres poderão “comprar o empoderamento”.
Se empodere lutando, resistindo todos os dias perante as falas e atos machistas de seus colegas. Quebre o padrão e ame seu corpo e sua mente.
Se empodere ajudando uma mulher que de alguma forma está sendo oprimida. Se empodere lendo, estudando e transmitindo isso às mulheres a sua volta. Participe de reuniões, palestras, saraus.
Se empodere respeitando as diferenças das suas irmãs. Diga o quanto elas são especiais e o quanto você as admira. E, se te fizer feliz, também se empodere usando um salto alto e passando um batom vermelho!
Autora
Paula Tavares tem 22 anos. É acadêmica e militante feminista. Está na 7° fase do curso de Direito e mora em Florianópolis/SC.
Publicado originalmente em seu perfil do Facebook no dia 24/06/2016.