#BlogFem entrevista candidatas feministas: Indianara Siqueira

Estamos publicando uma série de entrevistas com candidatas a vereadoras de várias cidades brasileiras, que declaram-se feministas, com o objetivo de publicizar propostas e incentivar maior participação das mulheres na política.

Indianara Siqueira é candidata a vereadora pelo PSOL na cidade do Rio de Janeiro/RJ.

Coligação: PSOl/PCB. Página do Facebook: Indianara Siqueira.

1. Você pode fazer um resumo sobre sua trajetória política até essa candidatura?

Sou ativista desde que me conheço por gente e tomei consciência da vida ao redor e suas opressões. Mas comecei ativamente em 1995 quando me torno a Presidente do Grupo Filadélfia da Baixada Santista na luta de enfrentamento e prevenção ao HIV/AIDS,Hepatites Virais e outres DSTs. Sou Vegana desde de 2003 por entender o sofrimento animal e estender meu amor e luta a todes os animais: Humanes e não-humanes.

2. Quais você considera que são os principais problemas a serem enfrentados pelas mulheres hoje?

Descriminalização do aborto, a não implementação de uma rede de parto humanizado pras que querem ser mães,falta de segurança em geral,principalmente nas escolas e campus universitários, a não igualdade de direitos, a não valorização do trabalho das mulheres, a falta de debates sobre machismo e o não enfrentamento a cultura do estupro, falta de creches noturnas e finais de semana, a história de muitas mulheres que não são contadas nos livros escolares. Falta de politicas públicas voltada pras mulheres negras (principalmente na área da saúde). Nossa tem tanta coisa que a lista seria enorme.

3. Qual tema feminista você tentará ter como foco caso seja eleita?

Implementação de fato do Programa Saúde da Mulher. Algum tipo de punição para funcionários que por conta de crença religiosa, moral ou cultural procurem inibir mulheres grávidas por estupro de abortarem e que essas mulheres tenham direito a acompanhantes nessa hora.

PL sobre creches noturnas e finais de semana, afinal as mulheres não precisam de creches só pra trabalhar e estudar, mas também pra poderem se divertir e são elas que em sua grande maioria são as cuidadoras. Mas é um projeto que beneficiará ambos os pais, inclusive homens trans que estão engravidando, casais homoafetivos, tutores de crianças em geral.

Fortalecer a lei aprovada que fará que em 2017 o debate contra o machismo e o debate da importância da luta feminista seja pautado nas escolas cariocas ( projeto do vereador Renato Cinco PSOL já aprovado no município).

Implementar um PL pra debater Diversidade Sexual e LGBTfobia nas escolas (beneficiando mulheres bissexuais,lésbicas e pessoas transvestigeneres). Entrar em contato com a ALERJ e em parceria com a bancada do PSOL nessa casa pautar a criação de um PL sobre a obrigatoriedade de mulheres cisgeneres e tansgeneres atendendo mulheres nas DEAM (já que isso é da esfera de segurança e não compete ao município).

Criação de mais abrigos pra acolher mulheres vitimas de violência doméstica e filhes dessas, bem como abrigos para a população LGBTIQ expulses de casa.

4. Quais as dificuldades em ser uma candidata feminista no sistema político brasileiro?

Além de todes dificuldades que as mulheres enfrentam ( muitas candidaturas de mulheres é só pra preencher cotas), a não representatividade das mulheres por elas mesma na politica, ainda o preconceito por eu ser transvestigeneres. O TRE usou de desculpas tipo: o CEP não é válido, depois o CPF não era válido, depois o nome indicado não batia, depois nada batia. Até a advogada do PSOL ter que falar diretamente com eles pra explicar toda a questão de minha candidatura. O que levou a liberação tardia do meu CNPJ e um atraso na impressão do material de campanha e aí lançarmos a campanha “Corpos Panfletos”. Foi difícil, mas venceremos. Eles panfletam. Nós panflertamos. Uma Puta Vereadora da Cama rumo à câmara.