O dia da independência das mulheres

Em 2011, celebramos mais uma vez a independência do país. Nesta data, um “herói” recorrente no nosso imaginário, D. Pedro I, no seu cavalo atlético, às margens do rio Ipiranga, empunhando bravamente a sua espada na “salvação” do país. Porém, até onde se sabe, naqueles tempos não existiam só homens. É importante lembrar (já que a historiografia insiste em esquecer) quem foram as mulheres que ajudaram a construir a história do nosso país e lutaram  indiretamente pela emancipação das outras.

O Grito do Ipiranga. Pedro Américo, 1988.

“Aos livros de história sempre foi difícil falar das mulheres que não respeitam a fronteira que existe entre os sexos. E em nenhum outro momento essa fronteira é tão nítida como quando se trata da guerra e do uso das armas”, afirmou o romancista Stieg Larsson¹ em uma de suas obras.  Antes do famoso grito do Ipiranga, mulheres participaram ativamente das movimentações que pipocaram pelo país, algumas vezes vestidas de homens para lutar em pé de igualdade.

O 7 de setembro, tal como o conhecemos, foi uma forma de garantir que o poder permanecesse nas mãos da elite do império, contendo uma série de lutas que reivindicavam uma independência d@s brasileir@s.

Sabendo que a historiografia “geral”, dos “grandes” frequentemente se esquece das mulheres, percebemos como a dominação insiste em se manter, nos fazendo acreditar que não somos capazes de mudar o rumo da história e das nossas vidas.

Marcha das Margaridas. Imagem de Priscilla Brito, 2011.

É difícil reescrever a história do comecinho, fazendo justiça a todas as que lutaram bravamente pelos sonhos de justiça, mas foram silenciadas ou esquecidas. Só que isso não significa que não possamos mudar a história a partir de agora.

Podemos sim ser verdadeiramente livre em um país mais justo, mais igualitário. E podemos sim ser donas dos nossos corpos, da nossa vida, do nosso destino. Temos força para nos levantarmos e reivindicarmos isso.