Ciberativismo feminista. Por que continuar?

Já se passou algum tempo desde que eu finalmente me entendi por feminista. Foi um caminho que, a princípio, fez com que eu tivesse muitas dúvidas, anseios, receios. E quando isso foi sanado, outra questão passou a chamar minha atenção: como manifestar as minhas idéias e lutar por aquilo que acredito em uma sociedade que tudo faz para “calar” a minha voz?

Ser feminista é, antes de tudo, desempenhar um papel político. Papel que engendra o coletivo e dentro deste contexto, há uma pluralidade enorme de significados. E em virtude deste movimento ser tão plural, há variadas formas de militância. E devo dizer que estou feliz com a maneira pela qual optei para exercer a minha.

A "Marcha das Vadias", manifestação contra a violência contra a mulher, foi convocada pela internet e é exemplo da efetividade desta como ferramenta de mobilização.. Manifestantes participando da "Marcha das Vadias" de São Paulo. Foto de Cris Faga. Fonte: Terra

Boa parte daquilo que penso é compartilhada na web através das redes sociais ou de blogs. E tenho percebido que desta forma, consegui aprender e ensinar muita coisa. É tão gratificante quando alguém chega até mim dizendo que refletiu sobre alguma questão depois de ter lido um texto meu, ou algum tuíte. Saber que tem gente repensando seus conceitos ou procurando entender outros pontos de vista.

Contudo, assim como há um retorno positivo em relação a isto, sempre surgem os já conhecidos trolls. Pessoas que não buscam pelo debate mas sim agredir, desmerecer ou desqualificar posturas ou pensamentos que divergem daquilo que areditam ser uma verdade absoluta. Foi difícil e desgastante lidar com el@s no começo, mas nada que não pudesse ter sido rebatido com muita paciência e com muito embasamento e capacidade para argumentação.

Na minha opinião, um dos nossos maiores desafios é trazer uma ótica feminista para questões do cotidiano. O feminismo (ou os feminismos) está muito claro para nós, que já o conhecemos e vivenciamos. Mas e para os outros? Sugiro que perguntem para pessoas que não são militantes o que pensam a respeito do tema: boa parte das respostas, certamente, será de conotação negativa, tendo em vista os diversos tabús que ainda existem em torno do assunto.

Tal fato denota a importância da internet para o nosso ativismo. Muitos movimentos sociais já se deram conta da força que esta ferramenta tem para as suas articulações e organização. E apesar da existência de vários portais e blogs feministas, ainda há muito a ser explorado e alguns preconceitos em relação à militância na web a serem superados.   Tenho tentado fazer a minha parte participando deste blog coletivo e mantendo um blog pessoal, além de manter minhas atividades em redes sociais.

E vocês? O que pensam a respeito da internet como meio de ativismo?

Para saber mais: artigo de Viviani Corrêa Teixeira sobre a contribuição da internet para os movimentos sociais.