Me deparei com a reportagem de uma jovem que decidiu deixar a natureza de seu corpo fluir, em outras palavras, deixou seus pelos crescerem. O que mais me impressionou não foi a decisão dela em si, mas uma afirmação :
“Por que eu tinha que me depilar? Eu lembro de quando comecei a me depilar. Nos meus 14 anos, quando brotaram os primeiros pelos, eu não pensei, vou tira-los ou não? Eu só sabia que tinha que remove-los e pronto.”
Associei isso a milhares de coisas que inconscientemente fazemos sem nos questionar. Apenas seguimos os padrões pré-estabelecidos.
Para começo de conversa, eu me depilo, não vou ser hipócrita e nem estou lançando um manifesto das feministas peludas. O que quero é questionar, levantar o ‘por que?’.
Nós, animais racionais, às vezes auto-denominados humanos, temos pelos nascendo em nosso corpo independentemente do nosso gênero. Depois da puberdade, lá estão eles: buço, axilas, virilha e outras partes, talvez mais inconvenientes. Porém, apesar desses pelos nascerem em todos, só na mulher é considerado nojento. Sim, nojento, este é o termo que usam para nossos inconvenientes, ou não, pelinhos.

Já nos homens, Tony Ramos não conta, os pelos são naturais. Veja só, NATURAIS. São ainda sinal da sua masculinidade e virilidade, dá até pra sentir o cheiro de Macho Alfa que eles pensam exalar quando finalmente seus bigodes dão os primeiros sinais de aparição.
Talvez, devido ao fato dessa associação a masculinidade e a necessidade feroz imposta da mulher ser feminina (no conceito que a cultura social criou), delicada e cor-de-rosa, nós nos incomodamos tanto com a idéia dos pelos. A grande questão que quero colocar com isso não é se você se depila ou não, mas: por que se depila? Quando nos questionamos, abrimos a possibilidade de nos conhecermos melhor, como mulher, como feminista e como ser pensante.
Não me importa necessariamente a resposta, desde que se sinta confortável com você mesm@ depois que a souber. Afinal, seu corpo, suas regras!