Vamos revolucionar!

Hoje quero falar de revolução. Quero convidar você a revolucionar-se. Perceber a revolução que vivemos. Começando por aquela que queremos fazer com nossas vidas. Quero falar sobre o mundo que desejamos para nós e para os que virão depois de nós. Essa semana, me peguei pensando muito em revolução, mudanças, pontos de partida, em como fazer uma revolução ampla, gigantesca para mudar o rumo da humanidade. Me chamem de megalomaníaca, provavelmente eu vou responder.

Wangari Maathai na Conferencia das Nações Unidas de 2009. Foto: UN / Mark Garten – Imagem em CC – Africa Renewal

Fiquei pensando nisso e lembrei de duas mulheres que, nos últimos tempos, me chamaram atenção.

Uma delas foi a queniana Wangari Maathai sobre quem fiz um post no meu blog no ano passado, de tanto que sua vida e sua luta me inspiraram. Ela, ativista politica e ambiental revolucionou seu país plantando árvores.

Fundou o movimento The Green Belt Movement que modificou sua comunidade, e o impacto disso no país culminou com a deposição do poder do ditador Daniel Arap Moi.

Ela foi membro do parlamento queniano após a queda do ditador e colocou o exército queniano para plantar árvores. Trinta e cinco mil árvores foram plantadas no Quênia. O grupo que ela fundou e liderou trabalha ainda, mesmo depois de sua morte em setembro do ano passado. Seu legado vive nas florestas restauradas do Quênia. Ela mudou o destino do seu país, ela deu o primeiro passo que foi seguido por muitos em direção ao futuro que ela imaginou para seu país e seu povo.

Uma outra mulher que tem me inspirado e fascinado muito é Birgitta Jonsdottir. Ativista islandesa que está por toda parte. Digite seu nome no google e voce se surpreenderá com a quantidade de informações sobre ela.

Escritora, poeta, editora, mãe solteira, membro do parlamento Islandês desde abril de 2009, porta-voz de diversos movimentos sociais e perseguida política pelos Estados Unidos por causa da sua colaboração com o WikiLeaks. Defensora e porta-voz do IMMI (Icelandic Modern Media Initiative – Iniciativa islandesa da mídia moderna).

Birgitta Jonsdottir – Foto: Florian Apel-Soetebeer / Government 2.0 Netzwerk Deutschland. No Flickr em CC, alguns direitos reservados.

Ela liderou as manifestações em 2008 quando a economia Islandesa quebrou por causa da crise dos mercados financeiros. Comandou a ação do povo contra a medidas restritivas e as manobras financeiras que dariam aos bancos o socorro financeiro e imporiam aos islandeses uma dívida que seria paga por gerações e gerações de pessoas. O povo islandês pagaria pelos empréstimos que os bancos particulares e multinacionais contrairam durante a crise dos mercados finaceiros . Ela se posicionou contra essas medidas. Juntos, ela e o povo da Islândia votaram contra essa medida e os bancos foram todos nacionalizados.

Ela defende o WikiLeaks onde já foi voluntária. Assumiu a co-produção do vídeo que mostra oficiais americanos abrindo fogo contra civis em Bagdad e que foi estopim para a investigação dos crimes de guerra cometido pelos EUA. Ela luta pela transparência nos assuntos do Estado e sobretudo pela internet livre, sem censuras ou regulações, pela transparência na regulação do sistema financeiro. A sua vida e sua luta são tão incríveis e fascinantes que um post não é o suficiente para falar sobre tudo que ela já conquistou.  Judith Ehrlich está produzindo um documentário sobre ela.

Curiosamente, nada do que aconteceu na Islândia é notícia nas grandes redes de televisão do mundo. Sob a sua liderança, a Islândia não cedeu a pressão feita pelos EUA e sofreu sanções, mas ressurgiu e está de pé. Não passou incólume pelo golpe financeiro, mas se refaz. A democracia do país se fortaleceu e talvez, ouso dizer, passou a ser democracia no sentido mais literal do termo. As decisões políticas agora estão transparentes.  O povo tomou consciência do seu poder e responsabilidades para manter a política livre de agentes externos que a forcem financeiramente a decisões que não priorizam a população.

Essas mulheres estão separadas em épocas e continentes diferentes, impulsionando seu povo para mudar o meio ambiente, a política, a economia e os rumos de seus países. Essas mulheres não são diferentes de mim ou de você. E no entanto, suas lutas e a determinação com que buscam seus objetivos levaram-nas a atingir enormes conquistas. Provocaram e ainda provocam transformações enormes em seus países, no nosso mundo, na nossa sociedade.

Eu convido você a mudar, a revolucionar, a refletir, a rever preconceitos, a rever seus discursos, suas opiniões, seus objetivos de vida. E então, mude o que você acha que não está bom na sua realidade, no seu cotidiano, na sua rotina. Repense, reflita, sejamos a primeira pedra do dominó a cair e derrubaremos juntos toda a opressão.