Conversar ou colocar de castigo?

Pergunta que me fiz hoje ao conversar sobre respeitar uma mulher aos meus alunos. O que fazer quando um dos meus alunos fala que tem mulher que gosta de receber cantada e passada de mão pois ri quando isso acontece? Eu respondi que existem vários sentimentos que nos fazem rir, podemos rir de nervoso, de nojo, de incômodo e não só de felicidade.

Mas, como educadora eu não posso reagir como reajo com um  homem desconhecido da rua. Preciso conversar, explicar, educação é algo que se faz aos poucos. Mas, nesse momento, exercito minha paciência e meu autocontrole, ao ouvir isso e educar esse garoto, eu fui uma educadora. Pois a Sara do dia a dia teria xingado e falado que ele me dá nojo, porque é isso que eu sinto. Meu dever como educadora é transformar esse menino machista em um homem sem machismo, sem preconceito!

Foto da página do Facebook Femstagram, sugestão de Livia Motta. Adorei essa foto!

Fiquei feliz em ver que de todos os meninos só ele falou esse absurdo! Os outros meninos disseram que concordavam comigo, ficaram zangados com ele e eu me senti bem com isso. Quer dizer que eles estão no caminho correto pra se transformarem em homens livres do machismo. Um dos meninos, que tava indo na onda dele, veio me pedir desculpas por ficar olhando e comentando da bunda das meninas, eu falei pra ele que ele é um ótimo menino, quero que ele seja um ótimo homem, que eu tenha orgulho de dizer que ele foi meu aluno!

Também conversei hoje com uma aluna minha, quero que ela tenha o direito de usar a roupa que ela quisesse sem passar pelo que passou! Falei a tod@s que acredito que é direito dela ou de qualquer menina usar a roupa que quiser, que eu esperava não ter a decepção de descobrir que meus meninos tratam suas amigas como pedaços de carne ou objetos. Conversei com ela sobre certas atitudes que notei em meus meninos com ela, que aquilo me preocupava muito, que era pra ela me avisar caso acontecesse novamente qualquer desrespeito. É difícil demais lidar com crianças e adolescentes quando falamos de sexo. Cada um ouve dentro de casa uma coisa e eu preciso contornar, falar e amenizar certas “certezas” que me aparecem.

A minha força para educar meus meninos e minhas meninas é acreditar que tudo que passo pra el@s fará com que se transformem em homens que não cometem atitudes dignas de nojo e mulheres que saibam se impor e não aceitam esse tipo de atitude dos homens. É só por isso que engoli a resposta que queria muito dar a ele, respirei fundo e continuei a educar o meu aluno, ainda acredito que ele possa pensar como os outros amigos num futuro bem próximo!