Texto de Thayz Athayde para as Blogueiras Feministas.
Entre os dias 22 a 25 de novembro acontecerá o 13º Encontro Feminista Latinoamericano e do Caribe. O encontro será sediado em Lima, capital do Peru, com o tema: “Pela libertação de nossos corpos”. O evento contará com atividades autogestionadas pelas feministas latinoamericanas, com vários debates sobre o feminismo.
No Manifesto Político do XIII EFLAC, as palavras de ordem são: mulheres, corpos, direitos, trabalho, vida. O corpo como categoria política é tema e há a preocupação que isso seja feito de uma perspectiva intercultural crítica e interseccional.
Estes movimentos — étnicos, raciais, territoriais, geracionais, transgêneros, lésbicos e de pessoas com deficiência — enriquecem os feminismos em suas diversas vertentes com suas novas perspectivas e razões para lutar, mas também nos colocam diante de desafios importantes. As diversidades que caracterizam nossas sociedades são afetadas pela desigualdade e pela violência, além de refletirem graves desequilíbrios de poder, que tem implicações em nossos movimentos. Evidentemente, a diversidade não está sendo valorizada e nem entendida como uma possibilidade concreta para combater a discriminação em todas as suas formas. (…)
O poder do movimento feminista está, mais do que na capacidade de mobilizar as massas, na capacidade de disputar e alcançar mudanças nos imaginários democráticos e nos horizontes de transformação. Nossa energia e capacidade de mudança baseia-se na disputa político-cultural, enriquecendo-a com as vozes de novas protagonistas, cuja presença renova e aprofunda a democracia na medida que nossos feminismos vão se enegrecendo, indigenizando, latinizando, transgenerizando, lesbianizando, “des-normalizando”.
A autogestão é uma estratégia para construir um evento mais solidário. E a proposta é que as participantes façam uma cobertura colaborativa.
Em parceria com a Universidade Livre Feminista, estarei nesse encontro para cobrir o evento. Além das Blogueiras Feministas, Larissa Santiago das Blogueiras Negras também estará lá. A proposta é trazer as discussões e intervenções do evento para serem debatidas.
É um desafio, mas acredito ser muito importante pensar o feminismo na América Latina e Caribe. Não temos o costume de fazer reflexões a partir desse ponto de vista aqui no Brasil. A ideia é trazer o debate sobre o feminismo latinoamericano e caribenho para que possamos avançar nesse diálogo sobre um feminismo com a nossa cara, ou seja, um feminismo muito mais latino.
Além de apresentar esse desafio sobre reflexões teóricas e de militância sobre um feminismo latino, a ideia é também convidar todas para construirmos juntas esse ideal de feminismo. As feministas latinas e caribenhas têm vários trabalhos teóricos e de militância dentro do feminismo, por que não conseguimos nos aproximar mais?
Durante o evento postaremos fotos, informações sobre os debates e intervenções. Depois do evento também faremos textos contando sobre a experiência.
No dia 25 de novembro, último dia do evento, acontecerá a Marcha pelo dia internacional pelo fim da violência contra a mulher. A Marcha está sendo construída pelas organizadoras do evento.
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