Texto de Rafaela Barbosa.
Com uma rápida pesquisa na Internet é possível descobrir que o sufixo “-ismo” é utilizado em algumas palavras para designar sistemas políticos, religiões, doenças, ideologias, etc.
Todavia, essa terminação de origem grega é somente atrelada à ideia de moléstias. Talvez isso seja decorrente da acertada mudança de “homossexualismo” para “homossexualidade”, pois essa condição (ou orientação, se preferirem) era encarada como um desvio da sexualidade pelo Conselho Federal de Psicologia até o ano de 1985.

Como o “-ismo” é geralmente relacionado a algum tipo de enfermidade, muit@s perpetuadores do status quo vigente usam-no sempre como argumento contra o feminismo, nunca contra o machismo.
Agora tente perguntar àqueles que emitem a pérola do “todo ‘-ismo’ é um percalço” sobre o conhecimento deles a respeito do feminismo para além dos estereótipos vociferados ad nauseam por aí. Certamente a única coisa que iria romper o silêncio do ambiente seria o cantar dos grilos felizes, e não as vozes das criaturas de mente “inovadora” e “genial”.
Feminismo não é uma adaptação do machismo/misoginia para mulheres. A nossa causa não tem absolutamente nada a ver com nazismo, contrariando o mantra sem graça de alguns desinformad@s.
Feministas não almejam por uma superioridade feminina, mas sim pela a mesma oportunidade de direitos e (por que não?) de deveres na sociedade sem a interferência de determinismo biológico e dogmatismo religioso ditando regras e criando entraves para nossas lutas.
Portanto, o problema não é nem tanto o sufixo. Os preconceitos que parecem nos deixar estagnad@s em concepções medievais é que são.
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Rafaela Barbosa é Garota Britpop. Eterna ingrata com o patriarcado que curte uns “bafão” sempre com uma visão crítica (e às vezes bundalêlê) sobre os fatos. Escreve no blog Female Friendly Songs.